Our Self: Um blogue desalinhado, desconforme, herético e heterodoxo. Em suma, fora do baralho e (im)pertinente.
Lema: A verdade é como o azeite, precisa de um pouco de vinagre.
Pensamento em curso: «Em Portugal, a liberdade é muito difícil, sobretudo porque não temos liberais. Temos libertinos, demagogos ou ultramontanos
de todas as cores, mas pessoas que compreendam a dimensão profunda da liberdade já reparei que há muito poucas.
» (António Alçada Baptista)
The Second Coming: «The best lack all conviction, while the worst; Are full of passionate intensity» (W. B. Yeats)

23/05/2025

A liberdade de imprensa não parece ser um dos nossos problemas (segundo os jornalistas)

RSF World Press Freedom Index 2025

O oitavo lugar de Portugal no ranking mundial da liberdade de imprensa dos Reporters Without Borders difere muito pouco do sétimo lugar no ranking mundial de futebol da FIFA. Como ninguém se queixa da performance do Portugal dos Pequeninos no futebol talvez se possa concluir que a liberdade de imprensa não é um dos nossos problemas. Sob reserva que enquanto no futebol o ranking é resultante dos resultados dos encontros de futebol, na liberdade de imprensa o ranking é estabelecido pelos jornalistas.

22/05/2025

United States on the Path from a Flawed Democracy to a Flawed Autocracy

«A presenter on CBS’s “60 Minutes”, America’s premier current-affairs programme, told viewers that Paramount, CBS’s owner, was supervising its content and that the show’s top producer had resigned because he felt he had lost his independence. None of its stories has been pulled, but speculation has swirled that Paramount wants to ensure its merger with Skydance Media won’t be torpedoed by the Trump administration because of its networks’ political coverage. Meanwhile, Paramount was reportedly ready to settle a lawsuit brought by Mr Trump that accuses CBS News of underhandedly editing an interview with Kamala Harris, Mr Trump’s Democratic opponent last year.»

«In a sign of the White House’s sensitivity to the public’s scepticism on tariffs, Mr Trump’s press secretary described Amazon’s reported plan to display the cost of import duties against products on its website as a “hostile and political” act. We have no such plans, Amazon hastily responded. Mr Trump called Jeff Bezos to smooth things over. He “solved the problem very quickly”, said the president. “He did the right thing. Good guy.”»

(Source)

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Trumpism is a form of Max Weber's patrimonialism

21/05/2025

History teaches us that closure results in decline. Trumpism will confirm the loss of US hegemony and its subsequent decline.

amazon.uk

«The way to start a “golden age” is to erect big, beautiful barriers to keep out foreign goods and people. That, at least, is the view of the most powerful man on the planet. Johan Norberg, a Swedish historian, makes the opposite case. In “Peak Human”, Mr Norberg charts the rise and fall of golden ages around the world over the past three millennia, ranging from Athens to the Anglosphere via the Abbasid caliphate. He finds that the polities that outshone their peers did so because they were more open: to trade, to strangers and to ideas that discomfited the mighty. When they closed up again, they lost their shine.

Previous golden ages all ended like Rome’s did, jinxed by a mix of bad luck and bad leadership. Many thriving societies isolated themselves or suffered a “Socrates moment”, silencing their most rational voices. “Peak Human” does not mention Donald Trump; it was written before he was re-elected. America’s president will not read it, but others should. The current age of globalisation could still, perhaps, be saved. As Mr Norberg argues: “Failure is not a fate but a choice.” » (Review)

20/05/2025

Sequelas da Nau Catrineta do Dr. Costa (61)

Continuação das Crónicas: «da anunciada avaria irreparável da geringonça», «da avaria que a geringonça está a infligir ao País» e «da asfixia da sociedade civil pela Passarola de Costa» e do «Semanário de Bordo da Nau Catrineta». Outras Sequelas da Nau Catrineta do Dr. Costa.

O Dr. Montenegro deveria agradecer ao Dr. Pedro Nuno

Certamente a herança dos governos socialistas, nomeadamente nos domínios da saúde, da educação e da habitação, ajudou imenso a AD a ganhar as eleições. Apesar disso, não tenho dúvidas que o Dr. Pedro Nuno e o descrédito que a sua falta de autenticidade criou foram uma preciosa ajuda para o Dr. Montenegro que nas últimas sondagens tinha uma vantagem sobre o Dr. Pedro Nuno de 18 pp nas preferências para primeiro-ministro. A queda abissal do PS tem virtualidades de antecipar a reforma do Dr. Pedro Nuno, em alternativa a tornar o PS um saco de gatos durante os próximos tempos.

O gosto dos governos socialistas de espremeram os capitalistas privou-os de receitas

Já se sabia, pelo menos desde Keynes e tornou-se visual com Arthur Laffer e a sua famosa curva, desenhada pela primeira vez em 1974 num jantar com os assessores de Gerald Ford, que a partir de certo ponto o aumento das taxas de imposto pode conduzir à redução da receita fiscal. 

A  Curva de Laffer apesar de ser sobretudo aplicável no domínio dos impostos sobre o rendimento pessoal é também observável nos impostos sobre os lucros das empresas. 


O diagrama anterior exemplifica isso claramente, mesmo que se tenha de reconhecer que o caso da Irlanda é especialíssimo e deve mais a circunstâncias peculiares do que a Laffer.

19/05/2025

Crónica de um Governo de Passagem (53)

Outras Crónicas do Governo de Passagem

Navegando à bolina
Finalmente, terminou o concurso de normalidades

Não obstante o enorme esforço, os incontáveis abraços e beijinhos aos adeptos e, nalguns casos, as incontáveis sandes de chouriço comidas pelo Dr. Pedro Nuno, pelo Dr. Rui, pelo Dr. Raimundo, pela Drª. Mariana e pela Dr.ª Joana (que apresentou o rácio gritaria/votos mais alto e, suspeito, foi outra vez muito ajudada pela repetição da confusão da velhada entre AD e ADN) os eleitores acharam que o Dr. Luís é o mais normal de todos e, apesar (ou talvez por causa) da Spinumviva, valia nas últimas sondagens mais 11 pp do que a coligação que lidera, coligação que ganhou uma dezenas de deputados a um PS que se afundou na relativa irrelevância, condenado a disputar o segundo lugar com o partido unipessoal do Dr. Ventura.

Relevo o desaparecimento de um Berloque de Esquerda liderado por uma construção do Dr. Louçã, a quem os bracarenses mandaram para a reforma, juntamente com as outras duas múmias que saíram episodicamente da naftalina.

Hoje há, amanhã logo se vê

Com a inesperada excepção do PS, quanto mais afastados do poder estão os partidos maiores são as promessas de dar a uns eleitores com o dinheiro dos “ricos”.

mais liberdade

Portugal é um oásis da Óropa, outra vez

O primeiro a dizê-lo foi o Dr. Braga de Macedo, ministro das Finanças do Dr. Cavaco, algum tempo antes da recessão de 1993 cá chegar. O segundo foi o Dr. Pedro Reis, actual ministro da Economia, cujo «oásis anti-burocracia» é, contudo, de âmbito mais limitado e é mais um propósito idealista num dos países mais burocráticos da Óropa, algo que reconheça-se não é fácil.

É discutível que o Portugal dos Pequeninos seja um oásis, no entanto, com 6,7% o rendimento das famílias portuguesas foi o que teve o maior crescimento real entre os 38 membros da OCDE e, por isso, não espanta que o crédito ao consumo tenha crescido 8,6% em termos homólogos no primeiro trimestre. Tudo isto só é possível porque os fundos do PRR continuam a injectar dinheiro na economia e o turismo continuou a crescer 4% no primeiro trimestre,

A parte que falta para ser um oásis é a produtividade por pessoa empregada que é 76% da média da UE o que nos coloca no 21.º lugar.

… e o Estado sucial prospera

O governo AD não quis ficar atrás dos governos socialistas que receberam 655 mil funcionários públicos do governo de Passos Coelho (que, por sua vez, herdou 730 mil do socialismo socrático) e aumentaram esses efectivos para mais de 740 mil. A AD continua a aumentar os efectivos que até ao fim do 1.º trimestre cresceram em termos homólogos quase 10 mil para 759 mil.

Além da produtividade há um outro pequeno problema…

… que é a descapitalização da economia e a aversão ao risco do empresariado nacional que, a respeito da venda em curso do Novo Banco, nos está a levar a uma de duas opções: ou bem os espanhóis do Caixabank, que controlam o BPI, compram o Novo Banco e os bancos espanhóis ficam com a maioria do mercado, ou bem a CGD, um banco do Estado sucial que já detém uma quota de mercado de 21%, ficaria com uma quota de 1/3.

Depois do desastre da "internacionalização” estará a Santa Casa a entrar no eixos?

Após 8 anos de gestão socialista, dos delírios de internacionalização de que resultaram perdas estimadas em 20 milhões e de um aumento de cinco mil apparatchiks, a Santa Casa parece estar a entrar nos eixos e apresentou um resultado de 30 milhões em 2024.

18/05/2025

Encalhados numa ruga do contínuo espaço-tempo (103) - Dois generais portugueses reformados embrulhados em naftalina deliram nas TV sobre a invasão de Ucrânia

Há 3 anos os exércitos de Putin invadiram a Ucrânia alegadamente para expulsar os nazis, propósito até agora sem sucesso, seja porque os nazis ofereceram mais resistência do que o esperado, dizem uns, ou porque, não havendo nazis, os invasores tiverem que enfrentar patriotas ucranianos dispostos a lutar pela independência do seu país, dizem outros.

Seja como for, com excepção da clique putinesca, quase toda a gente interpreta os factos conhecidos e indiscutíveis, tais como uma guerra que era para terminar numa semana e decorridos mais de três anos os invasores só conseguiram controlar mais 1% do território ucraniano à custa de quase um milhão de baixas e de dezenas de milhar de equipamentos destruídos, como representando um desaire para a tropa putinesca. 

Toda a gente? Não exactamente. Num pequeno país nos cus de judas da Óropa, dois generais avençados continuam a exaltar nas televisões as vitórias onde quase todos os outros só vêem derrotas. Quem são então esses generais? Serão dois generais russos residentes no Portugal dos Pequeninos?

Com a ajuda do coronel Rodrigues do Carmo, o (Im)pertinências concluiu que esses generais que se prestam a estas encomendas são dois reformados do exército português, simpatizantes do partido que no passado via a Rússia de Lenine, Estaline, Kruschev, Brejnev, Andropov e Chernenko como o Sol da Humanidade (até que chegou o traidor Gorbachev), reformados encalhados numa ruga do contínuo espaço-tempo algures entre os anos 20 e os anos 40.

17/05/2025

Olhe que não Dr.ª Mortágua. Taxar os ricos não "alivia quem trabalha"...

«‘Tax the rich’ comes the familiar cry from the left – but what happens when the rich leave? As Michael Simmons observes in this week’s cover piece, Britain is becoming an increasingly inhospitable place for the wealthy and, unsurprisingly, many are voting with their feet. Since 2016, more than 30,000 millionaires have left the UK – an exodus unmatched in the developed world. It’s not easy to muster sympathy for the ultra-rich. But the uncomfortable truth is that Britain depends on them: the top 1 per cent of earners contribute nearly 30 per cent of all income tax. The Treasury thought it could squeeze the rich without consequence. It was wrong. Unless that mistake is acknowledged soon, it won’t just be the wealthy who pay the price; it will be all of us.»

Olhe que não Dr.ª Mortágua, não alivia, carrega. Se espremer demasiado os "ricos" eles emigram e serão os "pobres" a pagar mais impostos para manter o Estado sucial