Lema: A verdade é como o azeite, precisa de um pouco de vinagre.
Pensamento em curso: «Em Portugal, a liberdade é muito difícil, sobretudo porque não temos liberais. Temos libertinos, demagogos ou ultramontanos de todas as cores, mas pessoas que compreendam a dimensão profunda da liberdade já reparei que há muito poucas.» (António Alçada Baptista, em carta a Marcelo Caetano)
The Second Coming: «The best lack all conviction, while the worst; Are full of passionate intensity» (W. B. Yeats)
27/04/2024
Dúvidas (371) - Não será um poucochinho exagerado? (8) - O surto inovador e inventivo que nos assalta
26/04/2024
DIÁRIO DE BORDO: Elegeram-no? Então aguentem outros cinco anos de TV Marcelo (21) - Vindo dele, pior é difícil, mas sempre possível
25/04/2024
Mitos (335) - O Estado Novo foi uma ditadura feroz e Portugal viveu uma longa noite escura que terminou com a alvorada de 25 de Abril e os amanhãs que cantam
Por coincidência, li ontem uma carta de Francisco Pereira de Moura (FPM), antigo professor de Economia do ISCEF (actualmente ISEG), escrita em 1965 aos membros do colégio eleitoral que haveria de reeleger o factótum almirante Américo Tomás. Nessa carta, cuja leitura proporciona uma visão matizada e realista do que era o Estado Novo, FPM, então considerado um homem da "Situação", critica frontalmente a designação do presidente da República por um colégio eleitoral, de que ele próprio fazia parte como procurador da Câmara Corporativa, colégio que substituiu o sufrágio universal directo em resposta aos «acontecimentos que rodearam a eleição presidencial de 1958» (em que participou o general Humberto Delgado).
A crítica de FPM foi muito para além da alteração do processo eleitoral, ditada pela necessidade do governo controlar os seus resultados, e pôs em causa de forma claríssima os fundamentos do próprio regime. É certo que nesse mesmo ano FPM terminou o mandato na Câmara Corporativa mas continuou a ser tolerado pelo salazarismo, não sofreu retaliações, veio a ser um dos fundadores da Comissão Democrática Eleitoral (CDE), daria origem ao MDP/CDE, e só em 1973 foi demitido da função pública pelo governo de Marcelo Caetano por ter participado na vigília anticolonial na Capela do Rato.
O que mostra esta carta? A falsidade de dois mitos em contraponto: o mito da ditadura despótica do salazarismo cultivado pelos "anti-fascistas" (a propósito, o Estado Novo nunca foi fascista) e o mito do Estado Novo como um quase paraíso cultivado pelos situacionistas retardados.
24/04/2024
Não misturemos o alho com o bugalho
A AD escolheu para cabeça de lista às eleições para o PE Sebastião Bugalho, um jovem talentoso com carteira de jornalista. Fez a AD muito bem, ou muito mal, isso é lá com a AD e fez Sebastião muito bem, ou muito mal, isso é lá com ele. O que não é só com ele, é que lhe chamam jornalista quando em boa verdade não pratica jornalismo e faz comentário político o que no Portugal dos Pequeninos faz do comentador um político avant la lettre, e nalguns casos, après la lettre.
A evolução de comentador político para político é uma evolução respeitável, o que deixará de ser respeitável é a hipotética involução de político para comentador a fingir de jornalista que, a verificar-se, agravaria a confusão nociva entre comentador e jornalista.
SERVIÇO PÚBLICO: Uma obra de demolição de alguns dos mitos mais populares no Portugal dos Pequeninos (8)
23/04/2024
Sequelas da Nau Catrineta do Dr. Costa (3b)
A UTAO (Unidade Técnica de Apoio Orçamental) tem como missão prestar apoio à comissão parlamentar permanente do parlamento com a «elaboração de estudos e documentos de trabalho técnico sobre a gestão orçamental e financeira pública». No desempenho da sua missão a UTAO concluiu que a redução do valor nominal da dívida em 2023 resultou, em grande medida, do «facto de entidades em todos os subsetores públicos serem investidores em parcelas significativas de dívida pública portuguesa», e que «este efeito subiu consideravelmente em 2023 (mais 12,1 mil milhões de euros do que no ano anterior).»
Como seria de esperar, mostrando que está em sintonia com a visão socialista de que não há entidades públicas independentes e que todas devem ser câmaras de eco do governo, o ex-ministro das Finanças Dr. Medina criticou asperamente a UTAO não pelas suas conclusões mas porque «não tem de ter opinião sobre a afetação do Fundo de Estabilização financeira da Segurança Social».
Choque a realidade com a Boa Nova
O outro lado da questão é que a redução minúscula do rácio resulta da inflação e a carga fiscal aumentou 8,8% em termos nominais e atingiu 95 mil milhões de euros.
O peso dos elefantes brancos no Estado sucial é elefantesco
O endividamento das entidades do sector empresarial do Estado em 2022 representava 7,9% do PIB nacional (19,1 mil milhões). As garantias do Estado para com as entidades do SEE atingiam 2,1% do PIB (5,0 mil milhões).
O Dr. Costa conseguiu extrair à Óropa 22,2 mil milhões de euros para torrar até 2026 no Plano de Recuperação e Resiliência (“o plano que vai preparar Portugal para o Futuro”). Um sétimo desse montante (3,2 mil) serão aplicados para construir casinhas em Lisboa, Seixal, Setúbal e V. R. Stº António onde residem 8% da população. (fonte) Como é que isto promoverá o crescimento futuro da economia não sabemos e ele também não explicou.
22/04/2024
O Dr. Portas explica a diferença entre um estadista e um estradista
O salta-pocinhas |
Sequelas da Nau Catrineta do Dr. Costa (3a)
Estes são apenas alguns exemplos do talento socialista para criar um Portugal dos Pequenino imaginário num universo paralelo tirando o melhor partido das limitações atávicas do eleitorado que o impedem de ver a realidade. Nada disto seria possível sem a insubstituível ajuda das centenas de jornalistas amigos e a comentadoria do regime.
Agora, enquanto se prepara para a sua candidatura a um lugar na Óropa, o Dr. Costa está a caminho de ser comentador no novo canal de televisão da Medialivre, o que não lhe trará vantagens visíveis para esse lugar, porque não é provável que em Bruxelas se dê atenção ao comentário doméstico, mas poderá ser um meio eficaz para não ser esquecido pelo eleitorado português para o caso de falhar a candidatura bruxelense e ter de se candidatar em 2026 a Belém.
A insustentável leveza da Segurança Social
mais liberdade |
Como o gráfico mostra, a Segurança Social dos “privados” tem apresentando um saldo positivo crescente porque o número de contribuintes vem aumentando por força dos imigrantes e nos últimos anos o desemprego tem sido historicamente baixo. De resto, sem o aumento das reservas a Segurança Social é insustentável num cenário de inverno demográfico como aquele que nos espera. Ao contrário, a Caixa Geral de Aposentações (CGA), a Segurança Social dos “públicos”, é cada vez mais deficitária, e não tem novos subscritores desde 01-01-2006 que passaram a fazer parte do regime e os pensionistas vêm aumentado todos os anos com as novas reformas. (Continua) |